domingo, 28 de fevereiro de 2016

Oscar 2016 veja lista com os ganhadores da premiação

O Oscar 2016 foi marcante. Academia de Artes e Ciências Cinematográficas já divulgou os vencedores em cerimônia em Los Angeles. Entre os indicados, O Regresso liderava com 12 nomeações e Mad Max: Estrada Da Fúria aparecia logo atrás com dez, mas Spotlight - Segredos Revelados levou o prêmio de Melhor Filme.



Confira abaixo a lista completa de vencedores do Oscar 2016:

MELHOR FILME
“Spotlight – Segredo Revelados”

MELHOR DIRETOR
Alejandro G. Inarritu (“O Regresso”)

MELHOR ATRIZ
Brie Larson (“O Quarto de Jack”)

MELHOR ATOR
Leonardo DiCaprio (“O Regresso”)

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Mark Rylance (“Ponte dos Espiões)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Alicia Vikander (“A Garota Dinamarquesa”)

ROTEIRO ADAPTADO
“Spotlight – Segredos Revelados”

ROTEIRO ORIGINAL
“A Grande Aposta”

MELHOR ANIMAÇÃO
“Divertida Mente”

DESIGN DE PRODUÇÃO
“Mad Max – Estrada da Fúria”

MELHOR FILME ESTRANGEIRO
“O filho de Saul” (Hungria)

MELHOR FOTOGRAFIA
Emmanuel Lubezki (“O Regresso”)

MELHOR FIGURINO
Jenny Beavan (“Mad Max – Estrada da Fúria”)

EFEITOS VISUAIS
“Ex Machina”

MELHOR MONTAGEM
Margaret Sixel (“Mad Max – Estrada da Fúria”)

MELHOR EDIÇÃO DE SOM
Mark Mangini e David White (“Mad Max – Estrada da Fúria”)

MELHOR MIXAGEM DE SOM
Chris Jenkins, Gregg Rudloff e Ben Osmo (“Mad Max – Estrada da Fúria”)

MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO
“Bear Story”

CURTA-METRAGEM
“Stutterer”

CABELO E MAQUIAGEM
“Mad Max – Estrada da Fúria”

MELHOR DOCUMENTÁRIO
“Amy”

DOCUMENTÁRIO DE CURTA-METRAGEM
“A Girl in the River: The Price of forgiveness”

CANÇÃO ORIGINAL
“Writing’s on the Wall” (Sam Smith para “007 Contra Spectre”)

MELHOR TRILHA SONORA

Ennio Morricone (“Os 8 Odiados”)

Filmes brasileiros mais marcantes de 2015 - Parte 1

O Cinema Brasileiro a muitos anos vem mostrando que está ficando cada vez mais forte e melhor, filmes com uma imensa diversidade de histórias, com qualidades técnicas invejáveis ganham grandes prêmios em festivais e são muitas vezes mais reconhecidos no exterior do que em seu próprio país essa lista possui dez dos melhores filmes brasileiros de 2015. 

A História da Eternidade

O filme faz chover no sertão, mas principalmente pelo desenvolvimento da narrativa e pela força emotiva que demonstra ao longo da história. O diretor Camilo Cavalcante realizou um trabalho ousado e belíssimo ao retratar a rotina de uma vila esquecida pelo mundo no nordeste brasileiro.

Ausência

Sete anos após sua estreia no cinema de ficção com A Casa de Alice, o diretor e roteirista Chico Teixeira realiza mais um drama: Ausência. Trata-se de um drama que se explica através do título, mas que não se esgota no mesmo. É uma obra sobre solidão, sobre o sentimento de abandono e sobre a dificuldade de se crescer sem a presença de figuras paternas ou maternas.

Últimas Conversas

Últimas Conversas, o derradeiro filme dirigido por Eduardo Coutinho, tem um início surpreendente: com o próprio Coutinho na cadeira de entrevistado. Se é verdade que o diretor jamais omitiu a participação em seus documentários, na enorme maioria dos casos o público tinha apenas a chance de ouvir sua voz. Mais do que apresentar a proposta de seu novo longa-metragem, Coutinho vem a público para revelar sua aflição com o filme ainda em formação. "É melhor não fazer do que ter um filme de 70 minutos em que não se acredite", diz em determinado momento. "Sempre cumpri meus contratos, mesmo que tenha assinado para fazer um filme e entregue outro", complementa. "Me arrependo de não ter feito com criança", lamenta.

Casa Grande

Casa Grande começa com a câmera ligada estática nos jardins de uma casa, à noite, apontando para a fachada. Um cara sai da jacuzzi, entra e começa a apagar as luzes. Percorrendo cada cômodo (a câmera continua parada aqui fora), ele desliga uma por uma. É tempo suficiente para inserir com calma os créditos de todos os profissionais envolvidos no filme, do diretor à continuísta, o que dá uma noção do tamanho desta mansão – e da preocupação do personagem. Em Casa Grande, cada gesto é significativo.
Sangue Azul

Quase dez anos depois de Árido Movie (2005), o diretor Lírio Ferreira (Baile Perfumado) volta ao comando de um longa-metragem de ficção. E à moda antiga. Filmado em película, sem estúdio, Sangue Azul é um deleite de belas imagens que teve como locação a ilha de Fernando de Noronha, em Pernambuco.

Cássia Eller

A cena do documentário musical no cinema brasileiro já gerou coisas incríveis como A Música Segundo Tom Jobim, Loki, Arnaldo Baptista e Uma Noite em 67, mas também já produziu inúmeros longas que se resumiam a seguir a fórmula "imagens de arquivo + depoimentos", sem se preocupar em explorar caminhos desconhecidos da vida do documentado, optando apenas pelo caminho mais fácil, de contar o que todo mundo sabe. Isso pode até gerar filmes eficientes como Vinícius, Coração Vagabundo, Raul - O Início, o Fim e o Meio e Simonal - Ninguém Sabe o Duro que Dei, para citar alguns, mas nunca resultará em um longa inesquecível. E este é o caso de Cássia.

Que Horas Ela Volta?

Em pleno período pós-eleitoral, quando cidadãos e representantes eleitos contestam as regras, as alianças e a estrutura do sistema político brasileiro, chega um filme exemplar para discutir este Brasil dividido: Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert. Misturando drama e comédia, o filme consegue confrontar o Nordeste e o Sudeste, os ricos e os pobres, o Brasil segregacionista e a ideia de união nacional.
Califórnia

Califórnia cativa pela ambientação. Do figurino (Leticia Barbieri) à direção de arte (Ana Mara Abreu), a produção é uma passagem de volta para (quem viveu) os anos 1980. E, nesse quesito, a excelente seleção musical (The Cure, David Bowie, New Order, Echo and The Bunnymen, Joy Division, Metrô, Kid Abelha) se sobressai. Como era de se esperar, os 18 anos de Marina na MTV não decepcionam. E, da mesma forma, a ex-VJ não tem pudores em abordar temas polêmicos como sexo e drogas, o que não Califórnia - Fotodeixa de ser uma opção corajosa quando estamos falando de personagens em torno de seus 14 a 17 anos.
Entre Abelhas

Apoiado por uma equipe técnica de alto nível, Entre Abelhas tem um apelo visual que impressiona. Seja pelo motorista de táxi que “desaparece” com o carro em movimento, seja pelos belos planos da cidade vazia. Tudo feito sem recorrer a fundos verdes e efeitos especiais.
E o filme, que começa bobo, de repente vai ganhando uma densidade dramática cada vez mais forte, o que, dado o passado/ fama dos realizadores, não deixa de ser uma opção surpreendente.

Depois da Chuva


Após dezenas de filmes que retratam a ditadura militar e os efeitos do golpe nas gerações posteriores, esta trama aparece para abordar um período muito específico da história brasileira: os últimos meses do regime autoritário, em 1984, e o retorno às eleições diretas. Muitas pessoas celebravam a vitória da democracia, enquanto outras duvidavam dos candidatos presentes e da transformação efetiva da sociedade. É neste clima de ressaca e de desconfiança do futuro que se insere a narrativa do filme baiano.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Os Melhores filmes da década de 80 - Parte 1

Confira a lista dos melhores filmes da década de 80 com a melhor média de avaliações feitas por usuários do site IMDb. Só entraram na lista filmes com pelo menos 6 mil avaliações. Ainda que você, como eu, não concorde com a ordem, com a presença ou com a ausência de alguns filmes, há de convir que está lista dá boas dicas do que assistir no próximo fim de semana.

Star Wars: Episódio V – O Império Contra-Ataca (1980)

George Lucas Fez um roteiro tão divertido quanto o primeiro e aprofundou em todos os aspectos o mundo apresentado pelo filme anterior. Se tudo já era encantador e mágico, agora é ainda mais interessante e amplo, com ambientes variando desde geleiras enormes até chuva de meteoros! O leque de opções é imenso, afinal, estamos falando de um mundo espacial, e Lucas soube aproveitar muito bem isso a favor do filme. Os personagens ficaram mais profundos, as motivações de Darth Vader e Luke Skywalker ganham uma nova importância, alguns detalhes e características pessoais são apresentadas também, identificando mais e mais cada um com o público.

Os Caçadores da Arca Perdida (1981)

Spielberg havia acabado de inventar os blockbusters de verão norte-americanos com Tubarão (1975) e feito uma obra-prima chamada Contatos Imediatos do Terceiro Grau (1977) quando George Lucas, ocupado demais com uma certa trilogia nas estrelas, resolveu lhe apresentar a idéia de um arqueólogo, fanático por objetos de incalculáveis valores, que parte atrás da arca que contém os Dez Mandamentos. Nascia assim Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida, previsto para ser apenas uma homenagem aos filmes de aventura da década de 30, 40, mas que ganhou enormes proporções e se tornou um dos ícones da história do cinema.
De Volta para o Futuro (1985)

Os anos 80 foram palco de grandes clássicos da história do cinema. Muitas vezes subestimados no aspecto artístico, filmes como Os Goonies, Curtindo a Vida Adoidado, Os Garotos Perdidos, Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida e, é claro, De Volta Para o Futuro possuem muito mais do que apenas boas histórias: suas estéticas e conteúdo são exemplos perfeitos de que a arte e a diversão podem caminhar lado a lado quando os nomes por trás das obras são competentes o suficiente para tal.
 Muito antes de sua consagração por Forrest Gump – O Contador de Histórias, Robert Zemeckis lançou seu melhor filme, a obra-prima que seria lembrada por muitos e muitos anos. Viajar no tempo sempre foi um tema fascinante, afinal, aproxima dois pólos distantes através de um único recurso, presente em qualquer ser humano: a imaginação. Imagine, então, reviver os grandes momentos da história, mas ao invés de livros e estudos, estar lá, presente, no local.

O Iluminado (1980)

Stanley Kubrick disse, certa vez, que adorava adaptar livros medíocres, porque sempre resultavam em bons filmes. Essa foi uma indireta bastante direta para Stephen King e seus fãs, que bateram o pé e até hoje se contorcem para sua adaptação de O Iluminado, que alguns dizem ser o livro mais assustador de King. Muitos consideram este o trabalho mais fraco do diretor. Opinião que, obviamente, já devem ter percebido que não compartilho. Acho este filme, do início ao fim, uma obra-prima do horror, e não é difícil entender o porquê.
É fato que as histórias de King funcionam nos livros, pois instigam nossa imaginação, mas na tela tudo fica mais trash. Ao invés de dar medo, acabamos rindo, por mais bem feitos que sejam seus monstros. Não é de se espantar que os melhores filmes baseados em suas obras, além deste, sejam Um Sonho de Liberdade e À Espera de um Milagre - justamente dramas, que não utilizam do artifício "monstros de borracha somados à efeitos especiais" para funcionar. E é justamente esse o ponto crucial para o filme de Kubrick ser tão bom, e, ao mesmo tempo, tão odiado pelos adoradores da obra de origem.
Ele retirou todos os monstros e tudo mais que têm no livro e manteve apenas o climão e as atitudes de Jack. Com isso, tudo ficou mais sugestivo, misterioso. Apenas alguns monstrinhos, no final do filme, servem de aperitivo aos fãs e dizer, para nós, que estamos assistindo ao filme, que existia algo muito mais macabro do que poderíamos imaginar. Kubrick preferiu se concentrar na degradação dos personagens no sentido psicológico pelo ambiente, e não totalmente pela sobrenaturalidade. Esse ponto é importante, porque para os personagens, Jack apenas enlouqueceu devido a solidão, mas para nós, que estamos assistindo, sabemos melhor tudo o que está acontecendo.

Aliens, O Resgate (1986)


Sucesso absoluto de público e crítica, o filme foi um divisor das obras de ficção científica. A produção bem cuidada, o roteiro seguro e a direção competente de Scott, criaram uma ambientação claustrofóbica em formato de pesadelo futurista. O designer do monstro ficou a cargo do artista plástico suíço H. R. Giger, que fez um trabalho marcante, enquanto a então estreante atriz Sigourney Weaver, teve atuação também marcante como a Tenente Ripley, a única sobrevivente da tragédia espacial, o que carimbou seu passaporte para o hall das grandes estrelas de Hollywood.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Os Melhores filmes Indie

Os fãs do cinema indie estão muito felizes com os últimos anos. O cinema independente naturalmente se refere as restrições orçamentais, e/ou indicar a independência dos grandes sistemas de estúdio. No entanto, para muitos o Indie é simplesmente um estado de espirito, um espírito estranho, e com uma dedicação a estranheza em vez a convenção dos Blockbusters.

Nessa lista temos 10 filmes que abrangem tons muito diferentes, estilos e gêneros, no entanto todos carregam a identidade indie.   


Corrente do Mal

É um grande prazer assistir a uma produção de terror deste nível. No momento em que o cinema de gênero explora à exaustão as mesmas fórmulas e as mesmas representações conservadoras de homens e mulheres, este filme demonstra como o cinema de horror ainda pode criar algo original, crítico e realmente assustador. Corrente do Mal é digno dos grandes clássicos de gênero. Um filme de apelo comercial e artístico, político e estético, que honra os cânones enquanto busca seus aspectos menos explorados.
Tangerina

Filmado inteiramente com uma câmera de celular (na verdade, três aparelhos iPhones 5s), Tangerine, o filme queridinho das temporadas de premiação do cinema independente (eleita a melhor ficção de temática LGBT no último Festival do Rio), é um projeto arriscado do jovem realizador Sean Baker; um divertido conto de Natal às avessas (com uma pontinha de melancolia), apoiado em atuações... “bafônicas” (termo para entrar no clima dessa produção).

Um Pombo Pousou num Galho Refletindo sobre a Existência

Conceitualmente muito bem definido e dividido em 39 esquetes (para um filme de 1h40, ou seja, média de 2,5 minutos para cada uma), Um Pombo... é um filme incomum e também necessário, por mais esta vertente apresentada dentro da narrativa cinematográfica. Trata-se de um filme repleto de situações insólitas onde tudo o que acontece na tela é relevante, já que pode retornar numa esquete futura, mas que peca por uma certa irregularidade, normal em filmes episódicos, e também por este contraste brusco em sua reta final. Ainda assim, merece ser visto pelo formato inusitado e por algumas tiradas impagáveis.
The Duke of Burgundy

Duas mulheres envolvidas em uma elaborada fantasia de dominação e submissão. Evelyn (Chiara D'Anna), a mais nova, é uma empregada doméstica tímida e hesitante. Já Cynthia (Sidse Babett Knudsen), uma senhora de meia-idade, é a dona da casa que manda uma série de instruções e punições humilhantes a jovem. Tudo parte de um jogo no qual Evelyn se mostra a mais entusiasmada. As duas amantes também assistem a seminários na universidade local sobre o ciclo de vida de borboletas e mariposas. Mas a relação começa a entrar em crise quando Cynthia demonstra sinais de desgaste, uma falha que vai testar os limites dessa situação.
Amy

Amy, o documentário, é uma celebração sobre quem foi Amy Winehouse que com certeza agradará aos fãs e, também, consegue apresentá-la aos leigos com competência. Mas, assim como fez em Senna, quando usou o piloto brasileiro para ressaltar a politicagem existente nos bastidores da Fórmula 1, o diretor Asif Kapadia vai além disto. Muito bom filme, não apenas pelo retrato feito da cantora, mas também do mundo à nossa volta. Afinal de contas, Amy se foi, mas a mídia, e o público que a consome, continuam.

Eu, Você e a Garota Que Vai Morrer

É um filme inteligente que foge dos clichês e de filmes com a premissa do câncer, o filme é inteligente pelos enquadramentos da câmera, pelas piadas e referências ao mundo pop ao cinema e até os momentos mais simples têm sua imensa esperteza e genialidade por trás.

Slow West

No século XIX o jovem Jay Cavendish (Kodi Smit-McPhee) cruza os Estados Unidos em busca de sua amada, que fugiu para terras distantes após ser acusada de cometer um crime. Nesta imprevisível jornada ele conta com a companhia de Silas Selleck (Michael Fassbender), um misterioso caubói.

Ex-Machina: Instinto Artificial

Uma ficção científica passada nos tempos de hoje. Não estamos no espaço, as cores não são azuladas, não se defende o patriotismo ou a honra americana. Não existem monstros. Aliás, não existem mocinhos nem vilões: são apenas três personagens principais em cena, durante quase duas horas. Esta premissa é suficiente para chamar atenção a Ex_Machina: Instinto Artificial, mas o interesse do projeto vai além, tanto pela complexidade dos temas quanto pela beleza das imagens. O jovem diretor Alex Garland faz uma estreia cinematográfica magistral, prova de que não são necessários explosões, efeitos especiais e mundos fantásticos para estimular uma reflexão sobre a natureza humana diante da tecnologia. Este é, certamente, um dos melhores filmes de 2015 que, por alguma aberração do mercado cinematográfico brasileiro, foi lançado diretamente em DVD.

Garotas

O drama Garotas examina uma parcela bem específica da sociedade francesa: as adolescentes negras dos subúrbios franceses. Marieme (Karidja Touré), de 16 anos, combina diversas marcas de exclusão social: é negra, mulher, pobre, morando em bairros de predominância muçulmana ou católica conservadora. A jovem é vítima de um sistema de ensino pouco compreensivo, de uma família dilacerada e ausente, e da falta de oportunidades profissionais.

45 Anos

45 Years traz uma cena de encerramento magnífica, daquelas capazes de marcar o espectador e deixar o público colado à cadeira muito tempo após o fim da sessão. Embora Tom Courtenay tenha uma interpretação competente (fazendo um homem atrapalhado, mas amoroso), é Charlotte Rampling quem brilha. A atriz já apresentou os seus talentos dramáticos em diversos dramas (como Sob a Areia, Em Direção ao Sul, Jovem e Bela), mas em 45 Years ela consegue se superar. O diretor cola a câmera no corpo da atriz o tempo inteiro, e na última cena, em particular, a sua atuação é assombrosa. Este momento deve ter parecido simples no roteiro, mas Rampling o transforma em uma cena incrível, tocante e assustadora ao mesmo tempo. Alguns minutos que, por si só, já valem um filme inteiro.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Gênios do cinema atual - Parte 2

O cinema possui bem mais de um século de idade agora e temos sido abençoados por diferentes filmes de grandes mestres do cinema ao longo deste período. Muitos Desbravaram grande terreno nas primeiras partes do século passado por causa da relativa juventude da forma de arte. Enquanto o cinema é ainda mais novo do que as artes tradicionais, tornou-se difícil para os cineastas diferenciarem de seus antecessores, as novas tecnologias e o CGI não bastam precisamos de arte.
A Maioria dos cineastas aspirantes querem ser identificados como artistas únicos, com obras intimistas, belas e profundas. Nessa segunda parte continuamos com os grandes diretores que alcançaram um modo de arte em uma indústria movida pelo dinheiro.
Obs. Note-se que está lista não possui grandes diretores autorais como Tarantino, Gus Van Sant e Woody Allen entre outros. Optamos por criar uma lista mais indie mostrando diretores que inovaram em seus projetos com orçamentos minúsculos e ainda não são tão reconhecidos pelo grande público.

Carlos Reygadas

Há diretores cuja autoralidade nasce dos filmes e outros cujos filmes nascem da autoralidade. Carlos Reygadas é desse segundo tipo. Parece ter um projeto estético anterior aos três filmes, um projeto de olhar sobre o humano, que persegue na escolha dos assuntos e nas opções visuais. Longos planos-sequências, poucos diálogos, uma marcação dura para os atores, personagens aparentemente abduzidos ou dopados e uma tendência a mostrá-los mal no início e pior no final, assumindo um ponto de vista pessimista, que supõe um movimento de ladeira abaixo.

Wes Anderson

"Sua principal qualidade é que ele tem um modo único de enxergar o mundo", diz Bill Murray sobre o diretor em entrevista ao site de VEJA no Festival de Berlim. O ator é um dos fãs de Anderson e começou a parceria com ele em Três É Demais (1998), segundo filme do cineasta que deu uma reviravolta na carreira de Murray, na época um intérprete de personagens bobos em comédias populares. Desde então, os dois não se largaram mais, trabalhando juntos nos sete filmes subsequentes.
A opinião de Willem Dafoe, que participou de A Vida Marinha com Steve Zissou (2004), O Fantástico Sr. Raposo e O Grande Hotel Budapeste é parecida. "Todos trabalhamos para que Wes se divirta e satisfaça suas fantasias, como diz o Bill Murray. E há prazer em ajudar alguém muito talentoso, com uma abordagem tão pessoal. É por isso que sempre queremos trabalhar com ele."
A insistência em fazer tudo do seu jeito é o que explica sua longevidade na carreira. "Crio tudo do zero simplesmente porque posso. Gosto da ideia de imaginar um espaço inteiro", diz Anderson. Essa necessidade de exagerar na criatividade é percebida particularmente em um ponto curioso de O Grande Hotel Budapeste, que apesar de se passar em um lugar e período muito bem definidos - no Leste Europeu do período entre guerras, com a ascensão do nazismo à espreita -, o cineasta preferiu criar um país fictício como pano de fundo para a trama.
Há 20 anos no mercado e com a carreira consolidada, Anderson não é mais comparado a outros diretores parecidos, como Tim Burton, por exemplo. Sua marca pessoal já é forte o suficiente para que ele não seja confundido.
Nicolas Winding Refn

O cineasta tem uma mão pesada sobre as mazelas da vida. Ele não alivia e tem por hábito filmar o que nem todo mundo tem estômago para ver. Mas, antes de se tornar um cineasta consagrado mundialmente, ele passou por desventuras. Em 2003, lançou “Medo X”, mas o filme foi um desastre de bilheteria e resultou na falência da produtora da época. Querendo sair do vermelho, decidiu fazer duas continuações para “Pusher”. Os esforços de Refn para realizar os filmes, pagar dívidas ao banco e ainda lidar com problemas pessoais foram registrados no documentário “Gambler” (2006).
Anos depois, a sua mulher faria outro documentário, “Minha vida dirigida por Nicolas Winding Refn” (2014), sobre os bastidores de produção de “Só Deus perdoa”, que revelava momentos de intensa insegurança do dinamarquês — sentimento talvez inimaginável quando se vê o resultado sólido e afiado do filme. Em comum, os dois documentários denunciam a dificuldade e a comum frustração de se fazer obras pessoais numa indústria comercial.
— O que eu penso, hoje, é que você é o responsável por dificultar ou facilitar o próprio trabalho. No fim, é tudo uma questão de dinheiro. Para se aprender algo, é preciso experimentar novas coisas. Às vezes, você falha. Mas isso é necessário para atingir o sucesso. Minha sugestão para os jovens cineastas é que invistam em produções baratas. Falta de dinheiro não é desculpa para não fazer um filme, especialmente com o avanço tecnológico. Até porque um orçamento grande traz toda uma gama de outros problemas. Nunca haverá uma situação perfeita. A vida é curta. Vá lá e faça o máximo de coisas que conseguir.
Steve McQueen

 Foi em 2008, como diretor e roteirista de "Hunger" (Fome), estrelado por Michael Fassbender, que Steve teve seu talento reconhecido. O longa que é baseado em uma história real, que se passa durante a greve de fome em um presidio na Irlanda, e mostra como o prisioneiro Bobby Sands (Fassbender) leva seu corpo e sua mente ao desgaste intenso. O filme foi muito bem recebido pela crítica e Steve ganhou inúmeros prêmios, como Golden Câmera no Festival de Cannes, e melhor Diretor e Roteirista no BAFTA e Descoberta Europeia do ano no European Film Awards.

Spike Jonze


Estar na mente de outra pessoa e viver as suas sensações, tornar-se o personagem do seu próprio filme, ser um menino solitário e de repente estar em um mundo paralelo com seres fantásticos ou apaixonar-se perdidamente pela voz de um sistema operacional chamado Samantha. Ideias nada convencionais que, adaptadas para o cinema, tornaram Spike Jonze um dos cineastas mais criativos dos últimos anos. Quando algo leva sua assinatura, esqueça as convenções. A aposta é sempre um pé no surreal e outro nas angústias humanas.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Curiosidades sobre As Crônicas de Nárnia

Nárnia é uma das séries mais famosas e polêmicas do mundo. Composta por sete livros, escrita pelo irlandês Clive Staples Lewis (C. S. Lewis) entre os anos 1949 e 1954, a série chegou a vender 120 milhões de cópias em 47 idiomas. A história aborda desde temas cristãos, mitologia grega, nórdica até os tradicionais contos de fada.

1 - Esta é a 1ª vez que a série de C.S. Lewis é adaptada para o cinema, já que as anteriores foram para a TV. As demais adaptações foram The Lion, the Witch and the Wardrobe (1967), The Lion, the Witch and the Wardrobe (1979) e The Lion, the Witch and the Wardrobe (1988).

2 - J.R.R. Tolkien, amigo de Lewis e escritor de “O Senhor dos Anéis”, criticou tanto “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa” que Lewis quase não o terminou.

3 - A guerra entre Miraz e Caspian é chamada A Guerra da Libertação.

4 - “A Última Batalha” é o único livro que não é dedicado a pessoa alguma.

5 - A série As Crônicas de Nárnia faz várias alusões à Bíblia e ao cristianismo, apesar de autor ter afirmado que as conexões não foram propositais. O leão Aslan, por exemplo, seria uma alegoria de Deus, já que ele criou o mundo de Nárnia e aparece em todas as histórias como um conselheiro. Além disso, As Crônicas de Nárnia têm vários elementos das mitologias nórdica e grega, como faunos, sereias, dríades, duendes e dragões.


6 -  Desde o lançamento do primeiro livro, O leão, a feiticeira e o guarda-roupa, a obra de C. S. Lewis ganhou notoriedade internacional. Mais de 120 milhões de cópias dos sete livros foram vendidas em todo o mundo, em 47 idiomas diferentes.

7 - Apesar de ocorrerem no mesmo universo ficcional, as sete histórias de As Crônicas de Nárnia apresentam perspectivas bastante diferentes. Ainda assim, é possível eleger cinco personagens principais, que seriam aqueles que aparecem com maior frequência: o leão Aslan e os irmãos Pevensie: Lucy, Edmund, Peter e Susan.

8 -  A primeira adaptação de O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa ocorreu em 1967, com episódios de trinta minutos para TV. Em 1979, o mesmo livro foi adaptado para desenho animado. No final dos anos 80, a BBC adaptou os quatro primeiros livros em uma série de TV (que depois foi compilada em três filmes). Além disso, a série de C. S. Lewis se tornou peça radiofônica e apresentações teatrais. Em 2005, a Disney lançou O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa nos cinemas. O filme fez tanto sucesso que, logo, a sequência foi encomendada. Príncipe Caspian estreou em 2008. Já a última adaptação foi feita pela 20th Century Fox: A Viagem do Peregrino da Alvorada, que estreou em 2010.



9 - As três últimas adaptações, feitas pela Disney e pela 20th Century Fox, foram filmadas em várias partes do mundo, como Nova Zelândia, Polônia, República Tcheca, Eslovênia e Austrália. No filme Príncipe Caspian, as cenas da cidade de Londres foram filmadas em Praga; e os prédios londrinos foram inseridos nas imagens por computação gráfica.


10 - O autor de As Crônicas de Nárnia, C. S. Lewis, foi premiado em 1956 com a Medalha Carnegie, pelo livro A Última Batalha (o último da saga)

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Gênios do cinema atual - Parte 1


O cinema possui bem mais de um século de idade agora e temos sido abençoados por diferentes filmes de grandes mestres do cinema ao longo deste período. Muitos Desbravaram grande terreno nas primeiras partes do século passado por causa da relativa juventude da forma de arte. Enquanto o cinema é ainda mais novo do que as artes tradicionais, tornou-se difícil para os cineastas diferenciarem de seus antecessores, as novas tecnologias e o CGI não bastam precisamos de arte.
A Maioria dos cineastas aspirantes querem ser identificados como artistas únicos, com obras intimistas, belas e profundas. Nessa primeira parte demos grandes diretores que alcançaram um modo de arte em uma indústria movida pelo dinheiro.
Obs. Note-se que está lista não possui grandes diretores autorais como Tarantino, Gus Van Sant e Woody Allen entre outros. Optamos por criar uma lista mais indie mostrando diretores que inovaram em seus projetos com orçamentos minúsculos e ainda não são tão reconhecidos pelo grande público. 

Darren Aronofsky

Conhecido pelos seus filmes centrados na complexidade psicológica dos personagens, Dan Aronofsky é hoje um dos mais talentosos diretores hollywoodianos. Com tramas sempre muito bem desenvolvidas e ricas em referências a diversas áreas do conhecimento (antropologia, psicologia e matemática, por exemplo), Aronofsky ganhou projeção em Hollywood primeiro com Réquiem Para um Sonho (Requiem for a dream, 2000) e depois com seu filme mais maduro e de maior sucesso, Cisne Negro (Black Swan, 2010), que recebeu cinco indicações ao Oscar. Alguns de seus filmes já conquistaram enorme prestígio entre os fãs do terror psicológico.

Paul Thomas Anderson

Cada cineasta tem um estilo próprio. Alguns podem ser derivados de outros cineastas ou até de outros artistas, enquanto outros estilos são tão únicos que seu trabalho parece dar um soco na sua cara. No entanto, Paul Thomas Anderson anda na linha tênue entre os dois com uma sensibilidade sutilmente selvagem – inspirado por artistas como Stanley Kubrick, Orson Welles e Martin Scorsese nos revela uma filmografia bastante particular, mesmo sendo influenciado por grandes diretores Anderson carrega um estilo totalmente próprio sempre bem controlados com o uso da música elemento essencial em alguns de seus filmes mostrando a fragilidade das relações humanas de seus personagens.

Lars von Trier

Polêmico, intenso e controverso. Esses são os adjetivos que melhor descrevem o diretor dinamarquês Lars von Trier, criador de obras marcantes no mundo do cinema capazes de despertar sentimentos ambíguos tanto no espectador comum quanto na crítica especializada.
Não apenas sua estética refinada ou suas peculiaridades de roteiro e direção despertam interesse no mundo cinéfilo, mas também sua conturbada vida pessoal acaba ofuscando os holofotes de sua arte. Lars ganhou a devida projeção internacional com o clássico Dogville (idem). Estrelado por Nicole Kidman, o filme conta a história de Grace: uma garota caçada por gângster que se refugia na cidade de Dogville. O filme inova usando referências do teatro de Bertold Brecht e ao gênero de Teatro do Absurdo. Considerado uma antítese do bom selvagem de Rousseau, foi duramente criticado nos EUA por ser considerado “antiamericano”. Um dos mais polêmicos filmes de Lars von Trier, Anticristo (Antichrist, 2009) chocou pessoas no mundo inteiro principalmente por suas cenas de violência, sexo explícito e mutilação de órgãos genitais. Apesar do roteiro simples, a problemática em questão vem em como Lars decide contar uma história metafórica autobiográfica de um momento obscuro de sua própria vida, no qual o diretor padeceu de depressão. Anticristo é a primeira parte da chamada “Trilogia da depressão”, iniciada após a dita doença do diretor. Ela é composta também pelos filmes Melancolia e o recém lançado Ninfomaníaca.

Gaspar Noé

A temática central das obras de Noé é simples. A vida em sociedade é um túnel impossível de ser compartilhado. Estamos sós. Vamos ficando cada vez mais sós, em nosso corpo, em nossas missões, objetivos, ambições e posses. O diretor diz sim o tempo todo , o sim que evitamos em cada descarga da privada, na assunção de sermos a extensão ideológica de nossos pais; ele choca sem culpa, pois parece entender que a possibilidade não é prejudicial, mas o próprio exercício do conhecimento. Com todas as características marcantes de sua cinematografia e com todas as epifanias existencialistas, traduzidas por uma câmera quase microscópica, que “viaja" na psicodelia personificada dos efeitos durante o uso dos psicotrópicos, elemento presente e recorrente em seus filmes.

Shane Carruth

Shane é  um dos mais promissores jovens cineastas na indústria. Seus dois filmes, Primer (2004) e Upstream Color (2013), estão entre os filmes de ficção científica mais inteligentes e bem-feitos nos últimos 20 anos. Produzido com pequenos orçamentos, os filmes evitam o CGI. Shane Carruth constrói um filme que se aproxima ao kinoglaz vertoviano. O kinoglaz é uma compreensão de que o cinema não deveria se constituir de obras de ficção, mas de obras intelectuais, que mostrassem para a população a verdade que ela não é capaz de ver no seu cotidiano. O kinoglaz possui uma finalidade social. Neste sentido, por estar Carruth fazendo um filme que se propõe a fazer uma discussão acerca dos ciclos da vida partindo de experimentos sonoros e imagéticos, ele poderia ser posto em uma categoria próxima do kinoglaz.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Curiosidades sobre o filme Deadpool

Um dos mais famosos anti-heróis do mundo dos quadrinhos vai chegar finalmente aos cinemas com um filme digno do personagem com isso selecionamos algumas curiosidades sobre o filme e personagem que vamos conhecer ainda mais em 12 de fevereiro nos cinemas. 

1 - Ryan Reynolds já foi o Deadpool em X-Men Origens: Wolverine e agora irá reprisar o papel no filme solo do personagem.

2 - No dia 28 de janeiro de 2016 de acordo com o THR, Deadpool teve seu lançamento negado nos cinemas da China por conta do excesso de violência, nudez e linguagem imprópria.

3 - Em Maio de 2000, Artisan Entertainment anunciou um acordo com a Marvel Entertainment para co-produzir, financiar e distribuir um filme baseado em Deadpool. Algo que não aconteceu.

4 - A produção levou mais de cinco anos para sair do papel.

5 - Este é o primeiro longa-metragem dirigido por Tim Miller, no entanto, o cineasta já trabalhou como técnico de efeitos especiais de X-Men 2 (2003) e O Lobisomem (2010).

6 - A atriz  brasileira Morena Baccarin está no filme. Conhecida por ter atuado em séries como Gotham, The Mentalist e Homeland, Baccarin viverá Vanessa Carlysle em Deadpool, uma mutante super heroína conhecida como Copycat, que é apaixonada pelo protagonista e tem o poder de mudar de aparência.

7 - O personagem Deadpool foi criado por Rob Liefeld e Fabian Nicieza, no ano de 1991. Ele apareceu pela primeira vez na revista em quadrinhos Novos Mutantes nº 98, como vilão.

8 - As filmagens foram realizadas no Canadá.

9 - Quando Deadpool foi criado, as semelhanças com o Deathstroke da DC Comics eram tão estranhas que eles decidiram chamá-lo de Wade Wilson, como uma brincadeira. O nome do Deathstroke é Slade Wilson.


10 -  Ele é conhecido por derrotar seus inimigos apenas os enlouquecendo com seu incessante tagarelar, um traço que existe apenas por ele ter sido levado à loucura durante a experimentação do Arma-X.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Os Diretores perfeccionistas ou tiranos

O novo filme do cineasta David Fincher - "Garota Exemplar" - é uma saga sombria sobre manipulação, crueldade e loucura. Essa descrição é sobre os temas abordados no filme, mas pode servir também para retratar o processo de criação do longa-metragem.

David Fincher

Fincher é conhecido por ser perfeccionista, e gosta de filmar a mesma sequência dezenas de vezes - levando todos do elenco da produção ao limite da exaustão. Em "Clube da Luta", ele teria feito todo mundo trabalhar a noite toda - apenas para conseguir um "take" certo... de uma barra de sabonete.
Já em Zodíaco Fincher não apenas entrou em conflito com o jovem ator Jake Gyllenlhaal, no set, ele fez questão de humilhá-lo repetidamente. Além de fazer o ator regravar inúmeras vezes as mesmas cenas, com pouca direção sobre o que ele queria que Gyllenlhaal fizesse, ele às vezes dizia, ao alcance do ouvido do ator, para os câmeras "apagarem os últimos 10 takes", como uma forma de desanimar e desencorajar o ator, ele insistiu em 90 "takes" da mesma cena. Robert Downey Jr descreve Fincher como um "disciplinador". Jake Gyllenhaal teria ficado aos prantos no final do trabalho.
"Eu odeio atuações sisudas", disse certa vez o cineasta. "Geralmente lá pelo 'take 17' toda a sisudez já sumiu."
Charlie Chaplin

Charlie Chaplin fez, em média, 53 "takes" para cada cena filmada em "O Garoto". Ele próprio descrevia seu processo criativo como "perseverança extrema ao ponto de loucura".

James Cameron

O diretor de "Titanic", James Cameron, tem a mesma fama. As pessoas que trabalharam com ele chegaram a fazer uma camiseta com os dizeres: "Você não me assusta. Eu trabalho para James Cameron".
Stanley Kubrick

Mas todos os padrões de "tirania" são pequenos quando se compara com o método de trabalho de Stanley Kubrick. O filme "De Olhos Bem Fechados" levou 400 dias para ser filmado - um recorde na indústria. Dois dias foram gastos apenas para uma pequena cena que mostra Sydney Pollack entrando em um escritório.

Para muitos de nós, isso parece extravagância ou até mesmo um instinto sádico. Esses diretores são mesmo malucos com instintos escravagistas, como costumam ser retratados? Ou são apenas perfeccionistas atentos a todos os pequenos detalhes, com altos padrões de qualidade?

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Os Melhores filmes da década de 70 - Parte 2

Confira a segunda parte da lista dos filmes com melhores notas dadas por pelo menos 10 mil usuários do site IMDb. Assim como eu, talvez você não concorde com tudo, mas certamente temos aí uma boa lista para escolhermos filmes para assistir.

Alien, o Oitavo Passageiro (1979)

Alienígena. Estranho. Fora da nossa compreensão. No horror sci-fi, o posto de renome que Alien ocupa pode-se explicar por todo o conceito que é proposto ao espectador. O nome, simples e sucinto, já evoca uma atmosera que o diretor Ridley Scott e o artista plástico H. R. Giger traduziram do roteiro de Dan O' Bannon, que atualizou seu roteiro da comédia Dark Star com elementos de suspense, drama e horror, apresentando um coral de personagens que, assim como no filme de Carpenter, tem diferentes formas de encarar a rotina solitária e alienante a bordo de uma nave comercial que reboca uma refinaria e minério de volta para a Terra.

Taxi Driver (1976)

O filme inquestionavelmente faz parte desse período mais sombrio e pesado de Hollywood, que abandona a leveza de sua era de ouro para tratar seriamente de temas mais seminais – violência, drogas, sexo, caos urbano, solidão, política e novos valores. Já nos fins da década anterior pipocavam títulos Como Perdidos na Noite e Sem Destino.  Na década seguinte a lista é quase infindável, indo de M.A.S.H. e Chinatown até o próprio Caminhos Perigosos de Scorsese. De qualquer forma, Taxi Driver é um filme que se inclui duplamente neste contexto. Não somente o filme é um caldeirão de toda a temática que vinha sendo abordada naquela década, como seu protagonista personificava toda a desilusão daquele sonho sessentista, de modo que sua personalidade continha características que simbolizavam todos os excessos da contracultura: era reacionário, obsessivo e anti-social.

A Clockwork Orange (1971)

A obra de Stanley Kubrick com um único filme é uma tarefa quase impossível em termos cinematográficos, sendo que o realizador que faleceu em 1999 e que nos deixou um registo de 15 filmes, todos eles convertidos em obras-primas. A verdade é que tal intocável filmografia faz dele uma lenda no seio cinematográfico, porém é o filme Clockwork Orange, realizado em 1971, a deter a posição de ícone no trabalho do artista. Trata-se do mais polémico dos seus filmes, uma adaptação à novela de Anthony Burgess, que obteve um êxito considerável, mas banido da circulação pelo próprio realizador durante 30 anos, talvez em influência das severas críticas que o seguiram.

Monty Python em Busca do Cálice Sagrado (1975)

Se Monty Python em busca do cálice sagrado (Monty Python and the Holy Grail, de Terry Gilliam e Terry Jones) não for a comédia mais engraçada de todos os tempos, certamente figura numa seleta lista de pérolas do gênero. O resultado é uma cultuadíssima comédia nonsense, repleta de passagens antológicas, daquelas que rendem horas de boas risadas entre amigos. Indispensável.

Chinatown (1974)


Esta obra-prima de Roman Polanski, tida até os dias de hoje como um dos grandes triunfos do cinema norte-americano, simplesmente não apresenta falha alguma durante todos os seus 130 minutos de duração. É uma fita densa, instigante, moralmente complexa e cheia de pequenos e soturnos detalhes que permeiam um dos textos mais bem lapidados já escritos para o cinema, que, além de remeter diretamente aos não menos espetaculares roteiros dos principais trabalhos do período auge do filme noir, nas décadas de 1940 e 1950, ainda acrescenta ao subgênero uma série de elementos inéditos, que fazem deste um trabalho particularmente singular.
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