terça-feira, 5 de abril de 2016

Os Melhores filmes de Terror Europeu - Parte 1

No início os filmes de Horror/terror foram sobre o início da humanidade, historias retratavam fatos horríveis. Com o tempo muitas histórias tornaram-se contos depois lendas e contos folclóricos, que se tornou contos de fadas, que eventualmente evoluiu para os primeiros romances de terror.
A Europa foi o berço do horror começando com mitos. Grandes autores como Shakespeare com Hamlet e Macbeth, contos de fadas dos irmãos Grimm, Frankenstein de Mary Shelley e Bram Stoker com seu fabuloso Drácula construíram a fundação para o horror clássico europeu.
Nessa lista dos melhores filmes de Horror/Terror (Pré-1990) da Europa Será composta por 3 partes com grandes filmes de Horror europeu com grandes astros e ótimos diretores. 

Suspiria (1977, Itália)


Suspiria é a obra-prima do diretor italiano Dario Argento. Um conto de fadas de horror, que beira a perfeição. É o cinema de terror em estado bruto como obra arte. É simplesmente fora de série.
Dario Argento sempre deixou muito claro seu fetiche pela imagem e todos os elementos com que se constrói a estética de um filme e seu apreço pela violência. Suspiria é a quintessência disso. O auge que o italiano conseguiu alcançar, mesmo depois do quase perfeito giallo Prelúdio para Matar. Aqui ele desfila toda sua virtuose em imagem e som, misturando uma crônica de violência plena com bruxaria sobrenatural, caminhando sempre entre a linha tênue do onírico e do real, expondo ao pobre espectador a uma frenética explosão de cores e sensações, isso sem falar do constante clima de tensão apavorante.

O Silêncio do Lago (1988, Holanda)

O brilhantismo de O Silêncio do Lago pode ser apontado em dois exemplos desconcertantes. O primeiro é a ruptura dos elementos padrões dos filmes de suspense convencionais. Antes de sua metade já conhecemos quem é o vilão e suas motivações. Não há aquele clichê característico do gênero, nada que lembre as tramas à la Edgar Wallace, nada de investigações mirabolantes que revela a identidade do criminoso no final.
O segundo é a forma metódica, fria e nada convencional (incluindo aí as elipses de tempo e a narrativa não linear) que conduzem de forma inexorável o personagem para o seu final surpreendente, épico e completamente pessimista (algo que a refilmagem conseguiu de forma brilhantemente cagar e sentar em cima – e engraçado que também foi dirigida por Sluizer, mas sacumé…).

Os Olhos Sem Rosto (1960, França)


Primeira e única incursão do co-fundador da Cinemateca de Paris no gênero de terror, o filme é de uma beleza grotesca ímpar. Franju explora a mente de um brilhante médico cirurgião psicopata, cheio das boas intenções até a página dois, se recusando a virar o rosto para cenas bizarras e gráficas, aumentando o choque a cada novo elemento explícito colocado em cena, porém sem perder a poesia e o toque francês.

Inverno de Sangue em Veneza (1973, Reino Unido)

O exercício de se fazer cinema de suspense praticado em Inverno de Sangue em Veneza é simplesmente soberbo, por assim dizer. Existem grandes filmes, atemporais, que se encaixaram perfeitamente em certo período da história da sétima arte e que funcionam como referência imortal de estilos para determinado gênero. E esse é o caso desta obra prima dirigida por Nicolas Roeg.

Zombie (1979, Itália)

Diferente de famosos diretores italianos como Mario Bava e Dario Argento, que ficaram famosos por sua estética de filmagem, jogo de luz e sombra, fotografia e exploração das cores, Lucio Fulci é um cineasta mais visceral, que investe muito no gore e nos efeitos do cinema apelativo. E isso ele faz com maestria. Zumbi 2 – A Volta dos Mortos é o ápice do cinema splatter italiano.
E diferente do seu “predecessor” Despertar dos Mortos, Zumbi 2 traz ao cinema uma nova forma brutal e suja de zumbis, muito próxima do que estamos acostumados a ver hoje no cinema, nada parecido com os mortos-vivos azuis comendo pedaços de borracha e esguichando tinta guache vermelha, de Romero.

O Gabinete do Dr. Caligari (1919, Alemanha)

Apesar de, tecnicamente, O Castelo do Demônio de 1896, curta dirigido pelo visionário George Mélies nos primórdios do cinema ser considerado o primeiro filme de terror já feito, Thomas Edison já ter feito sua versão de Frankenstein em 1910, primeira adaptação do livro de Mary Shelley para as telas, e O Estudante de Praga ser considerado o primeiro longa com elementos de terror, é O Gabinete do Dr. Caligari a pedra fundamental do cinema de horror e do que seria visto no vindouro cinema fantástico alemão.

Possessão (1985, França / Alemanha Ocidental)

Possessão é muito bem um drama existencialista e um filme cult de diretor também. É sobre amor obsessivo, psicose, bizarrice sexual, controle, fim de relacionamento, traição, fracasso da instituição familiar e do casamento. É recheado de metáforas. E tudo isso filmado pela câmera intensa de Zulawski, com seus closes invasivos e perturbadores e as atuações viscerais do casal Sam Neill, permissivo, dependente e fraco e Isabelle Adjani, linda, louca, psicótica e escrava de um desejo sexual incontrolável.
As atuações dos dois atores são sensacionais. Adjani, que faz um papel duplo, além da surtada Anna, a doce professora Helen, ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes, assim como Zulawski também concorreu a Palma de Ouro, e ela ainda levou o César daquele ano. Preste muita atenção na cena do metrô. No grau de histeria, descontrole e exagero que ela chega, numa das cenas que para mim, é uma das mais assustadoras de todos os tempos. E não há nenhum elemento assustador básico que vem na sua cabeça quando se pensa em um filme de terror, não. É só a mais pura loucura elevada à enésima potência, e claro, com uma boa pitada de sangue, porque a gente adora. Mas a verdade é que todos os atores do filme fazem personagens igualmente bizarros, e parecem que vivem em um mundo desconexo.
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