No início os filmes de
Horror/terror foram sobre o início da humanidade, historias retratavam fatos horríveis.
Com o tempo muitas histórias tornaram-se contos depois lendas e contos folclóricos,
que se tornou contos de fadas, que eventualmente evoluiu para os primeiros
romances de terror.
A Europa foi o berço do horror
começando com mitos. Grandes autores como Shakespeare com Hamlet e Macbeth,
contos de fadas dos irmãos Grimm, Frankenstein de Mary Shelley e Bram Stoker com
seu fabuloso Drácula construíram a fundação para o horror clássico europeu.
Nessa lista dos melhores filmes
de Horror/Terror (Pré-1990) da Europa Será composta por 3 partes com grandes
filmes de Horror europeu com grandes astros e ótimos diretores.
Suspiria é a obra-prima do
diretor italiano Dario Argento. Um conto de fadas de horror, que beira a
perfeição. É o cinema de terror em estado bruto como obra arte. É simplesmente
fora de série.
Dario Argento sempre deixou muito
claro seu fetiche pela imagem e todos os elementos com que se constrói a
estética de um filme e seu apreço pela violência. Suspiria é a quintessência
disso. O auge que o italiano conseguiu alcançar, mesmo depois do quase perfeito
giallo Prelúdio para Matar. Aqui ele desfila toda sua virtuose em imagem e som,
misturando uma crônica de violência plena com bruxaria sobrenatural, caminhando
sempre entre a linha tênue do onírico e do real, expondo ao pobre espectador a
uma frenética explosão de cores e sensações, isso sem falar do constante clima
de tensão apavorante.
O brilhantismo de O Silêncio do
Lago pode ser apontado em dois exemplos desconcertantes. O primeiro é a ruptura
dos elementos padrões dos filmes de suspense convencionais. Antes de sua metade
já conhecemos quem é o vilão e suas motivações. Não há aquele clichê
característico do gênero, nada que lembre as tramas à la Edgar Wallace, nada de
investigações mirabolantes que revela a identidade do criminoso no final.
O segundo é a forma metódica,
fria e nada convencional (incluindo aí as elipses de tempo e a narrativa não
linear) que conduzem de forma inexorável o personagem para o seu final
surpreendente, épico e completamente pessimista (algo que a refilmagem
conseguiu de forma brilhantemente cagar e sentar em cima – e engraçado que
também foi dirigida por Sluizer, mas sacumé…).
Os Olhos Sem Rosto (1960, França)
Primeira e única incursão do co-fundador
da Cinemateca de Paris no gênero de terror, o filme é de uma beleza grotesca
ímpar. Franju explora a mente de um brilhante médico cirurgião psicopata, cheio
das boas intenções até a página dois, se recusando a virar o rosto para cenas
bizarras e gráficas, aumentando o choque a cada novo elemento explícito
colocado em cena, porém sem perder a poesia e o toque francês.
Inverno
de Sangue em Veneza (1973, Reino Unido)
O exercício de se fazer cinema de suspense praticado em Inverno de Sangue em Veneza é simplesmente soberbo, por assim dizer. Existem grandes filmes, atemporais, que se encaixaram perfeitamente em certo período da história da sétima arte e que funcionam como referência imortal de estilos para determinado gênero. E esse é o caso desta obra prima dirigida por Nicolas Roeg.
Zombie (1979, Itália)
Diferente de famosos diretores
italianos como Mario Bava e Dario Argento, que ficaram famosos por sua estética
de filmagem, jogo de luz e sombra, fotografia e exploração das cores, Lucio
Fulci é um cineasta mais visceral, que investe muito no gore e nos efeitos do
cinema apelativo. E isso ele faz com maestria. Zumbi 2 – A Volta dos Mortos é o
ápice do cinema splatter italiano.
E diferente do seu “predecessor”
Despertar dos Mortos, Zumbi 2 traz ao cinema uma nova forma brutal e suja de
zumbis, muito próxima do que estamos acostumados a ver hoje no cinema, nada
parecido com os mortos-vivos azuis comendo pedaços de borracha e esguichando
tinta guache vermelha, de Romero.
O Gabinete do Dr. Caligari (1919, Alemanha)
Apesar de, tecnicamente, O
Castelo do Demônio de 1896, curta dirigido pelo visionário George Mélies nos
primórdios do cinema ser considerado o primeiro filme de terror já feito,
Thomas Edison já ter feito sua versão de Frankenstein em 1910, primeira
adaptação do livro de Mary Shelley para as telas, e O Estudante de Praga ser
considerado o primeiro longa com elementos de terror, é O Gabinete do Dr.
Caligari a pedra fundamental do cinema de horror e do que seria visto no
vindouro cinema fantástico alemão.
Possessão (1985, França / Alemanha Ocidental)
Possessão é muito bem um drama
existencialista e um filme cult de diretor também. É sobre amor obsessivo,
psicose, bizarrice sexual, controle, fim de relacionamento, traição, fracasso
da instituição familiar e do casamento. É recheado de metáforas. E tudo isso
filmado pela câmera intensa de Zulawski, com seus closes invasivos e
perturbadores e as atuações viscerais do casal Sam Neill, permissivo,
dependente e fraco e Isabelle Adjani, linda, louca, psicótica e escrava de um
desejo sexual incontrolável.
As atuações dos dois atores são
sensacionais. Adjani, que faz um papel duplo, além da surtada Anna, a doce
professora Helen, ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes, assim
como Zulawski também concorreu a Palma de Ouro, e ela ainda levou o César
daquele ano. Preste muita atenção na cena do metrô. No grau de histeria,
descontrole e exagero que ela chega, numa das cenas que para mim, é uma das
mais assustadoras de todos os tempos. E não há nenhum elemento assustador
básico que vem na sua cabeça quando se pensa em um filme de terror, não. É só a
mais pura loucura elevada à enésima potência, e claro, com uma boa pitada de
sangue, porque a gente adora. Mas a verdade é que todos os atores do filme
fazem personagens igualmente bizarros, e parecem que vivem em um mundo
desconexo.