segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Opinião: Clube da Luta - Sem dor, sem sacrifício, nós não teríamos nada.



 Fight club, ou Clube da Luta é um filme norte americano de 1999 dirigido por David Fincher. O elenco conta com grandes nomes como Edward Norton, Brad Pitt e Helena Bonham Carter.
ALERTA DE SPOILER.

O filme começa com a narração de Jack (Edward Norton), o protagonista que trabalha em uma companhia de carros, e tem um gravíssimo problema de insônia. Podemos perceber logo no começo que ele é um comprador compulsivo, seu apartamento parece mais um catálogo de revista, e trabalha somente para isso, não tem um sentido para viver, como uma máquina de consumo, e talvez daí se de o problema que encontra para dormir.
Ele resolve então ir ao médico que recusa passar qualquer medicação para solucionar o seu problema, a partir daí, começa então a ir a sessões de grupos de apoios, fingindo ter  doenças para se encaixar, e escutando conselhos de vida. Até que em uma dessas sessões encontra Marla (Helena Bonham Carter), que o incomoda, e ele negocia com ela para que eles frequentem as sessões em dias diferentes para evitar encontros desagraveis. Logo de cara podemos perceber que existe uma certa química entre os dois, mas Jack faz de tudo para negar isso, por julgar que ela seja uma mulher desequilibrada e estranha, mas eles se complementam de fato.

Em um voo de Negócios Jack encontra Tyler (Brad Pitty), um simpático vendedor de sabões, uma figura mesmo, bonito, interessante, mas que parece viver as margens da sociedade, desfrutando das tentações do mundo, diferente da vida certinha do nosso narrador.


Após chegar de viagem Jack se depara com seu apartamento destruído por uma explosão, então ele liga para Tyler que o convida para ficar em sua casa, e discorre sobre consumismo e como as coisas que Jack possui acabam o possuindo de alguma forma, nada diferente de nós hoje em dia, que vivemos a mercê de bens materiais e do status que estes nos trazem. Tyler pede para que ele dê um soco em seu rosto, acha super estranho mas não deixa de realizar o pedido, e assim vão ocorrendo outras lutas que vão atraindo outros homens.

Estes mudam para um lugar reservado, onde podem lutar sem ninguém saber, o “Clube da Luta”, tornando-se uma espécie de seita com as regras do Clube da Luta que todos que assistiram devem saber ao menos uma delas: "A primeira regra do clube da luta é: Você não fala a respeito. A segunda regra é: Você não fala a respeito...". O clube vai se espalhando de uma forma incrível, com muitos adeptos, e Tyler é o líder dessa grande organização secreta contra o capitalismo e consumismo voraz.

Tyler se envolve com Marla, e Jack fica mexido com a situação, mesmo negando a forte atração sentimental e física pela mulher. Tyler desaparece sem dar explicações, e Jack sai à sua procura e quando o encontra CABUUUUMMMM, descobre que ele é o seu próprio ego, eles são a mesma pessoa, Jack que explodiu seu próprio apartamento, criou o clube da luta batendo em sua própria face, Jack que transava loucamente com Marla. É nesse momento que você arregala seus olhos não acreditando no rumo que a trama está tomando, o que parecia ser um filme normal de homens sem camisa lutando desenrolou se até chegar nesse ponto. 

Ele desmaia, e quando acorda descobre que Tyler está organizando um plano para explodir edifícios que contem registros de empresas de cartão de crédito, tudo isso para sanar suas dívidas, Jack tenta denuncia-lo, mas a polícia está de acordo, e a partir daí ele mesmo tenta remediar a situação. Os dois lutam, e Jack acorda em um prédio que não está sob ameaça de bomba, na mira da arma que Tyler tem em mãos, mas ele pensa consigo, se ele está segurando a arma, e somos a mesma pessoa, ela na verdade está na minha mão, Jack dispara na própria boca, e nesse momento, eu particularmente chorei, porque pensei que o narrador tinha cometido o suicídio, mas ele apenas matou Tyler, seu ego destruidor. Marla chega ao local, e eles assistem os prédios explodirem de mãos dadas.
Fight Club é aquele filme que após acabar, surpreendente do começo ao fim quando você deita sua cabeça sobre o travesseiro fica pensando, poxa, mas que filme foi aquele!!. E também mostra como é vazia e medíocre a vida das pessoas que são verdadeiras máquinas de consumo, e é quando você se pergunta se todos nós somos Jack em nossa sociedade, comprando, comprando, vivendo em prol do dinheiro e esquecendo do que realmente é essencial na nossa vida.


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