Em um dos melhores filmes de
Bertolucci somos apresentados a três jovens sonhadores Matthew, Theo e
Isabelle. Matthew cinéfilo norte-americano se entrega do começo ao fim para envolver-se
na profunda e incansável relação dos irmãos. A relação de Theo e Isabelle nos
revela um incesto mais poético do que carnal mais profundo e ambíguo do que
podemos compreender. Bertolucci nos apresenta a uma França de revoluções, arte
e política nos revela a grandiosidade busca pela liberdade e crescimento de
jovens que desejam lutar por seus direitos políticos ou artísticos mesmo que em
grande parte da exibição Bertolucci nos apresenta grandes jovens que desejam,
mas apenas desejam pois não brigam por seus direitos e sim continuam sentados
em suas casas luxuosas bebendo vinhos caros.
A Relação dos três é tão delicada
que em uma conversa entre Matthew e Theo enquanto Isabelle está dormindo,
Matthew fala que os irmãos são como partes de um único ser e que gostaria de
fazer parte dessa grande relação, mas Theo logo diz que não tem nenhum significado
Matthew ser o terceiro da relação.
Matthew se torna tão importante
quanto os irmãos, a relação de Isabelle e Matthew cresce a cada minuto,
entretanto a relação homoafetiva com Theo não chega a ser estabelecida por uma
censura realizada pela irmã (Mesmo que no livro The Holy Innocents é mais do
que estabelecida essa relação).
Os Sonhadores de Bertolucci não
se estabelece apenas na relação e conflitos entre os Irmãos e Matthew. Temos
também um conflito em torno dos pais
grandes chaves da conduta seguida pelos irmãos quase sempre tais comportamentos
são realizados como meio de provocar eles, temos no final do filme uma cena em
que os irmãos estão nus com Matthew, e seus pais chegam em casa após
visualizarem tal cena deixam um cheque e logo deixam a casa, talvez tal
comportamento foi realizado para não construir um novo conflito em uma família
tão desestruturada.
Bertolucci nos apresenta uma
obra-prima que nos cativa e emociona, um filme para assistir com total
liberdade pois com preconceitos não conseguimos compreender a belíssima obra de
um mestre do cinema mundial.