domingo, 17 de janeiro de 2016

As Melhores Performances vencedoras do Oscar por Melhor Ator - Parte 2

É o escritor e o diretor que criam o personagem com seus vícios, virtudes, pontos fortes e pontos fracos e suas paixões, mas o personagem só nasce quando um verdadeiro ator consegue pegar a visão dos criadores e criar um ser humano colocando emoções e peso em todos os seus sentimentos. Os prêmios do Academia são entregues uma vez por ano, embora muitos dos escolhidos podem ser negligenciados, há grandes e merecidas performances que merecem os seus devidos prêmios.

Gregory Peck como Atticus Finch (O Sol é Para Todos, 1962)

Peck na pele de Atticus é meticuloso ao compor um personagem absolutamente íntegro, com um olhar sempre atencioso e compreensivo. Jamais oprime os filhos, apenas os repreende quando necessário – e, mesmo assim, delicadamente.

Phillip Seymour Hoffman como Truman Capote (Capote, 2005)

Phillip Seymour Hoffman já fazia parte da indústria há um bom tempo antes de atuar em Capote, tendo inclusive chamado a atenção da mídia por suas atuações em produções como Jogada de Risco, Boogie Nights, O Grande Lebowski, Magnólia, e O Talentoso Ripley. Mas foi com capote que o ator recebeu o devido reconhecimento por sua clara versatilidade, versatilidade esta que se torna impossível negar após assistir Capote. Muitos dizem que a composição do ator para interpretar Truman Capote é uma das mais completas já vistas no cinema, e quem já assistiu o filme sabe que tal afirmação está longe de ser um exagero. Desde os trejeitos efeminados, passando pela voz fina e carregada de monotonia e chegando até o humor afiadíssimo, Hoffman não apenas reproduz a figura de Capote nas telas, mas se torna o próprio. As nuances, os olhares, os movimentos, tudo é perfeitamente calibrado pelo ator para alcançar o máximo de naturalidade possível, algo que é alcançado com êxito. É como se tivéssemos o próprio Capote, em pessoa, em nossa frente. Um trabalho fenomenal de incorporação uma personalidade de características próprias e singulares.

George C. Scott como General George S. Patton (Patton, rebelde ou Herói? 1970)

George C. Scott encarna o Gel. Patton com segurança, tornando-o carismático, e despertando respeito e compaixão pelo protagonista, além de divertir em vários momentos graças à sua língua solta e afiada, que sempre o bota em complicações cada vez maiores.

Kevin Spacey como Lester Burnham (Beleza Americana, 1999)

Kevin Spacey, porém, é o grande responsável pelo sucesso de Beleza Americana: não há um único momento em que a `saga` de Lester soa falsamente - apesar do absurdo de algumas situações. Sua letargia inicial é convincentemente substituída por um cinismo hilariante, para finalmente ceder espaço à serenidade absoluta. A expressão no rosto do ator quando a adolescente Angela lhe revela que sua filha está amando representa, por si só, um dos momentos mais tocantes já vistos no cinema em anos. Quando ele finalmente diz `Bom para ela`, o último movimento de sua transformação opera-se: Lester enfim percebe que a felicidade sempre esteve ao seu alcance - sua frustração é que o impedia de conscientizar-se disso.

Anthony Hopkins como Hannibal Lecter (O Silêncio dos Inocentes, 1991)

Anthony Hopkins – que então se consagra definitivamente – recebe Starling como Hannibal e faz de sua interpretação um marco memorável do cinema. A expressão vazia abriga o olhar fixo, a camuflar as intenções de uma mente brilhante. Hannibal passa a brincar de gato e rato com a agente do FBI, através de um diálogo cheio de meias palavras e duplas intenções. É esse ataque e defesa, com dois atacantes e dois defensores, que vira o jogo e faz de Lecter o centro das admirações enquanto mantém a empatia entre a perplexa Starling e o chocado espectador

Peter Finch como Howard Beale (Rede de Intrigas, 1976)

Howard Bale ficou a cargo de Peter Finch, que por muitos anos fora lembrado como o único ator a conquistar um Oscar póstumo, – ele falecera no ano seguinte ao lançamento, de ataque do coração. Esta ocasião só fora igualada em 2009, por Heath Ledger e seu Coringa macabro de Batman - O Cavaleiro das Trevas. Assim como Ledger, Finch realmente faz por merecer o prêmio, encenando quase teatralmente as profecias do novo messias tecnológico, onde a grande ironia percorria em sua mensagem: “desliguem as TVs”, sem ter a noção de que isso só atraía mais seguidores para seus espetáculos.

Geoffrey Rush como David Helfgott (Shine, 1996)


A performance de Rush, que quando chega, torna-se o atrativo principal do longa-metragem. Dono de uma eloquência efusiva, o personagem segundo o ator é um homem que mantém seu talento insuspeito com seus modos carismáticos, porém não muito sociáveis. Encurvado, com a mãos penduradas e o olhar sempre baixo, é como se David tivesse ficado paralisado para sempre no banco de um piano. No entanto, Rush jamais deixa que o personagem se torne uma caricatura e insere traços de humanidade e grande inteligência em sua composição.
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