O cinema possui bem mais de um
século de idade agora e temos sido abençoados por diferentes filmes de grandes
mestres do cinema ao longo deste período. Muitos Desbravaram grande terreno nas
primeiras partes do século passado por causa da relativa juventude da forma de
arte. Enquanto o cinema é ainda mais novo do que as artes tradicionais,
tornou-se difícil para os cineastas diferenciarem de seus antecessores, as novas
tecnologias e o CGI não bastam precisamos de arte.
A Maioria dos cineastas
aspirantes querem ser identificados como artistas únicos, com obras intimistas,
belas e profundas. Nessa primeira parte demos grandes diretores que alcançaram
um modo de arte em uma indústria movida pelo dinheiro.
Obs. Note-se que está lista não
possui grandes diretores autorais como Tarantino, Gus Van Sant e Woody Allen entre
outros. Optamos por criar uma lista mais indie mostrando diretores que inovaram
em seus projetos com orçamentos minúsculos e ainda não são tão reconhecidos pelo grande público.
Darren Aronofsky
Conhecido pelos seus filmes
centrados na complexidade psicológica dos personagens, Dan Aronofsky é hoje um
dos mais talentosos diretores hollywoodianos. Com tramas sempre muito bem
desenvolvidas e ricas em referências a diversas áreas do conhecimento
(antropologia, psicologia e matemática, por exemplo), Aronofsky ganhou projeção
em Hollywood primeiro com Réquiem Para um Sonho (Requiem for a dream, 2000) e
depois com seu filme mais maduro e de maior sucesso, Cisne Negro (Black Swan,
2010), que recebeu cinco indicações ao Oscar. Alguns de seus filmes já
conquistaram enorme prestígio entre os fãs do terror psicológico.
Paul Thomas Anderson
Cada cineasta tem um estilo
próprio. Alguns podem ser derivados de outros cineastas ou até de outros
artistas, enquanto outros estilos são tão únicos que seu trabalho parece dar um
soco na sua cara. No entanto, Paul Thomas Anderson anda na linha tênue entre os
dois com uma sensibilidade sutilmente selvagem – inspirado por artistas como
Stanley Kubrick, Orson Welles e Martin Scorsese nos revela uma filmografia bastante
particular, mesmo sendo influenciado por grandes diretores Anderson carrega um
estilo totalmente próprio sempre bem controlados com o uso da música elemento
essencial em alguns de seus filmes mostrando a fragilidade das relações humanas
de seus personagens.
Lars von Trier
Polêmico, intenso e controverso.
Esses são os adjetivos que melhor descrevem o diretor dinamarquês Lars von
Trier, criador de obras marcantes no mundo do cinema capazes de despertar
sentimentos ambíguos tanto no espectador comum quanto na crítica especializada.
Não apenas sua estética refinada
ou suas peculiaridades de roteiro e direção despertam interesse no mundo
cinéfilo, mas também sua conturbada vida pessoal acaba ofuscando os holofotes
de sua arte. Lars ganhou a devida projeção internacional com o clássico
Dogville (idem). Estrelado por Nicole Kidman, o filme conta a história de
Grace: uma garota caçada por gângster que se refugia na cidade de Dogville. O
filme inova usando referências do teatro de Bertold Brecht e ao gênero de
Teatro do Absurdo. Considerado uma antítese do bom selvagem de Rousseau, foi
duramente criticado nos EUA por ser considerado “antiamericano”. Um dos mais
polêmicos filmes de Lars von Trier, Anticristo (Antichrist, 2009) chocou pessoas
no mundo inteiro principalmente por suas cenas de violência, sexo explícito e
mutilação de órgãos genitais. Apesar do roteiro simples, a problemática em
questão vem em como Lars decide contar uma história metafórica autobiográfica
de um momento obscuro de sua própria vida, no qual o diretor padeceu de
depressão. Anticristo é a primeira parte da chamada “Trilogia da depressão”,
iniciada após a dita doença do diretor. Ela é composta também pelos filmes
Melancolia e o recém lançado Ninfomaníaca.
Gaspar Noé
A temática central das obras de Noé é simples. A vida em
sociedade é um túnel impossível de ser compartilhado. Estamos sós. Vamos
ficando cada vez mais sós, em nosso corpo, em nossas missões, objetivos,
ambições e posses. O diretor diz sim o tempo todo , o sim que evitamos em cada
descarga da privada, na assunção de sermos a extensão ideológica de nossos
pais; ele choca sem culpa, pois parece entender que a possibilidade não é
prejudicial, mas o próprio exercício do conhecimento. Com todas as
características marcantes de sua cinematografia e com todas as epifanias
existencialistas, traduzidas por uma câmera quase microscópica, que
“viaja" na psicodelia personificada dos efeitos durante o uso dos
psicotrópicos, elemento presente e recorrente em seus filmes.
Shane Carruth
Shane é um dos mais promissores jovens cineastas na
indústria. Seus dois filmes, Primer (2004) e Upstream Color (2013), estão entre
os filmes de ficção científica mais inteligentes e bem-feitos nos últimos 20
anos. Produzido com pequenos orçamentos, os filmes evitam o CGI. Shane Carruth
constrói um filme que se aproxima ao kinoglaz vertoviano. O kinoglaz é uma
compreensão de que o cinema não deveria se constituir de obras de ficção, mas
de obras intelectuais, que mostrassem para a população a verdade que ela não é
capaz de ver no seu cotidiano. O kinoglaz possui uma finalidade social. Neste
sentido, por estar Carruth fazendo um filme que se propõe a fazer uma discussão
acerca dos ciclos da vida partindo de experimentos sonoros e imagéticos, ele
poderia ser posto em uma categoria próxima do kinoglaz.