domingo, 28 de fevereiro de 2016

Filmes brasileiros mais marcantes de 2015 - Parte 1

O Cinema Brasileiro a muitos anos vem mostrando que está ficando cada vez mais forte e melhor, filmes com uma imensa diversidade de histórias, com qualidades técnicas invejáveis ganham grandes prêmios em festivais e são muitas vezes mais reconhecidos no exterior do que em seu próprio país essa lista possui dez dos melhores filmes brasileiros de 2015. 

A História da Eternidade

O filme faz chover no sertão, mas principalmente pelo desenvolvimento da narrativa e pela força emotiva que demonstra ao longo da história. O diretor Camilo Cavalcante realizou um trabalho ousado e belíssimo ao retratar a rotina de uma vila esquecida pelo mundo no nordeste brasileiro.

Ausência

Sete anos após sua estreia no cinema de ficção com A Casa de Alice, o diretor e roteirista Chico Teixeira realiza mais um drama: Ausência. Trata-se de um drama que se explica através do título, mas que não se esgota no mesmo. É uma obra sobre solidão, sobre o sentimento de abandono e sobre a dificuldade de se crescer sem a presença de figuras paternas ou maternas.

Últimas Conversas

Últimas Conversas, o derradeiro filme dirigido por Eduardo Coutinho, tem um início surpreendente: com o próprio Coutinho na cadeira de entrevistado. Se é verdade que o diretor jamais omitiu a participação em seus documentários, na enorme maioria dos casos o público tinha apenas a chance de ouvir sua voz. Mais do que apresentar a proposta de seu novo longa-metragem, Coutinho vem a público para revelar sua aflição com o filme ainda em formação. "É melhor não fazer do que ter um filme de 70 minutos em que não se acredite", diz em determinado momento. "Sempre cumpri meus contratos, mesmo que tenha assinado para fazer um filme e entregue outro", complementa. "Me arrependo de não ter feito com criança", lamenta.

Casa Grande

Casa Grande começa com a câmera ligada estática nos jardins de uma casa, à noite, apontando para a fachada. Um cara sai da jacuzzi, entra e começa a apagar as luzes. Percorrendo cada cômodo (a câmera continua parada aqui fora), ele desliga uma por uma. É tempo suficiente para inserir com calma os créditos de todos os profissionais envolvidos no filme, do diretor à continuísta, o que dá uma noção do tamanho desta mansão – e da preocupação do personagem. Em Casa Grande, cada gesto é significativo.
Sangue Azul

Quase dez anos depois de Árido Movie (2005), o diretor Lírio Ferreira (Baile Perfumado) volta ao comando de um longa-metragem de ficção. E à moda antiga. Filmado em película, sem estúdio, Sangue Azul é um deleite de belas imagens que teve como locação a ilha de Fernando de Noronha, em Pernambuco.

Cássia Eller

A cena do documentário musical no cinema brasileiro já gerou coisas incríveis como A Música Segundo Tom Jobim, Loki, Arnaldo Baptista e Uma Noite em 67, mas também já produziu inúmeros longas que se resumiam a seguir a fórmula "imagens de arquivo + depoimentos", sem se preocupar em explorar caminhos desconhecidos da vida do documentado, optando apenas pelo caminho mais fácil, de contar o que todo mundo sabe. Isso pode até gerar filmes eficientes como Vinícius, Coração Vagabundo, Raul - O Início, o Fim e o Meio e Simonal - Ninguém Sabe o Duro que Dei, para citar alguns, mas nunca resultará em um longa inesquecível. E este é o caso de Cássia.

Que Horas Ela Volta?

Em pleno período pós-eleitoral, quando cidadãos e representantes eleitos contestam as regras, as alianças e a estrutura do sistema político brasileiro, chega um filme exemplar para discutir este Brasil dividido: Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert. Misturando drama e comédia, o filme consegue confrontar o Nordeste e o Sudeste, os ricos e os pobres, o Brasil segregacionista e a ideia de união nacional.
Califórnia

Califórnia cativa pela ambientação. Do figurino (Leticia Barbieri) à direção de arte (Ana Mara Abreu), a produção é uma passagem de volta para (quem viveu) os anos 1980. E, nesse quesito, a excelente seleção musical (The Cure, David Bowie, New Order, Echo and The Bunnymen, Joy Division, Metrô, Kid Abelha) se sobressai. Como era de se esperar, os 18 anos de Marina na MTV não decepcionam. E, da mesma forma, a ex-VJ não tem pudores em abordar temas polêmicos como sexo e drogas, o que não Califórnia - Fotodeixa de ser uma opção corajosa quando estamos falando de personagens em torno de seus 14 a 17 anos.
Entre Abelhas

Apoiado por uma equipe técnica de alto nível, Entre Abelhas tem um apelo visual que impressiona. Seja pelo motorista de táxi que “desaparece” com o carro em movimento, seja pelos belos planos da cidade vazia. Tudo feito sem recorrer a fundos verdes e efeitos especiais.
E o filme, que começa bobo, de repente vai ganhando uma densidade dramática cada vez mais forte, o que, dado o passado/ fama dos realizadores, não deixa de ser uma opção surpreendente.

Depois da Chuva


Após dezenas de filmes que retratam a ditadura militar e os efeitos do golpe nas gerações posteriores, esta trama aparece para abordar um período muito específico da história brasileira: os últimos meses do regime autoritário, em 1984, e o retorno às eleições diretas. Muitas pessoas celebravam a vitória da democracia, enquanto outras duvidavam dos candidatos presentes e da transformação efetiva da sociedade. É neste clima de ressaca e de desconfiança do futuro que se insere a narrativa do filme baiano.

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