Confira a lista dos filmes com melhores notas dadas por pelo
menos 10 mil usuários do site IMDb. Assim como eu, talvez você não concorde com
tudo, mas certamente temos aí uma boa lista para escolhermos filmes para assistir.
O Poderoso Chefão (1972)
A técnica de O Poderoso Chefão é
algo a frente de seu tempo. Além de ter alguns planos minuciosamente pensados,
longos e cheios de significados, as luzes contribuem para um clima sempre
quente e gostoso de se ver - mesmo com cenários bastante urbanos e sem serem
necessariamente bonitos - com exceção da Sicília, linda. O diretor de
fotografia Gordon Willis foi extremamente competente ao enquadrar um ambiente
violento, que poderia soar gratuito, da forma delicada como Coppola queria.
Nino Rota, fiel contribuidor de Fellini, ficou responsável pelo tema musical.
Sinceramente, não há como pensar em O Poderoso Chefão e não lembrar dele. É
forte, possui uma boa versatilidade, é tocado de diversas maneiras.... Ninguém
menos que um bom italiano poderia captar a essência do roteiro e transformá-la
em notas dessa forma.
"Um exemplo da força que o
cinema da década de 1970 alcançou em termos de entretenimento, arte e até
História. Talvez não seja o melhor, mas O Poderoso Chefão é um dos filmes mais
importantes e influentes dessa época, e permanece muito relevante até
hoje."
Por Heitor Romero do cineplayers.com
O Poderoso Chefão II (1974)
Coppola realiza sua primeira
obra-prima (não desmerecendo a primeira parte da saga) que dá continuidade à
história da família mais conhecida e consagrada da história do cinema: Os
Corleone. Baseado na obra do escritor Mario Puzo (também co-roteirista), o
diretor aplica estratégica e esteticamente a estrutura da narrativa paralela,
filmando a origem e a sucessão de dois chefões que lideravam o clã dos
Corleone. Desde o início do século XX, relata as raízes e motivações que
formaram o primeiro “Don” – Vito Andolini Corleone – aos feitos de seu herdeiro
Michael, ao nos revelar suas habilidades “gerenciais” e de “gestão”. Confrontando-se
com problemas de “negócios”, que o tornaram no temido, odiado e solitário
mafioso em contraste a seu pai, que fora amado, respeitado e, logo, menos
infeliz no comando da Cosa Nostra ítalo-americana, constrói-se aqui uma
profunda análise de uma personalidade corrompida pelo dever atávico de proteção
dos interesses e de seus entes mais próximos.
Um Estranho no Ninho (1975)
A sensação de liberdade é algo
que independe de onde estamos e de como vivemos. Podemos nos sentir livres de
diversas maneiras e em diversos lugares. Da mesma forma, estar preso não quer
dizer necessariamente que estamos encarcerados ou cercados por muros e grades.
Podemos nos sentir sufocados, cercados, aprisionados, mesmo que estejamos no
mais livre dos lugares do planeta. A questão é: temos coragem de lutar para
conquistar a liberdade que desejamos? A prisão psicológica de um grupo de
pessoas dentro de uma instituição para doentes mentais (ou manicômio) e o caos
que “um estranho no ninho” provoca naquelas vidas é o fio condutor do belíssimo
drama dirigido por Milos Forman e estrelado brilhantemente por Jack Nicholson.
Guerra nas Estrelas (1977)
George Lucas um dos homens mais
ricos e poderosos de Hollywood, enfrentou sérias dificuldades para tirar Star Wars
do papel. Parecia que nem os próprios atores acreditavam que aquela fantasia
toda poderia funcionar de verdade nas telas. Que todos aqueles efeitos
especiais não eram um sonho insano de um diretor mais louco ainda que conseguiu
uma verba para realizar seu filme. Star Wars simplesmente desabrochou, passou
por cima de todas as dificuldades de produção e se tornou um fenômeno. Uma obra
completa, cheia de vida, significado e uma diversão pipoca da melhor qualidade
igualada por poucos filmes de gêneros fantásticos com o passar dos anos. Tudo
isso graças ao esforço e a confiança extrema que Lucas teve em si próprio.
Apocalypse Now (1979)
Não bastasse ter dirigido as
obras-primas “O Poderoso Chefão” e “O Poderoso Chefão: Parte II”, o que já
garantiu seu nome na história do cinema para sempre, Francis Ford Coppola ainda
viria a dirigir e produzir em 1979 “Apocalypse Now”, maravilhoso estudo sobre a
ambiguidade do ser humano e os irreparáveis efeitos causados pela guerra em sua
mente. Repleto de cenas memoráveis e atuações marcantes, o longa consegue ser
mais do que um libelo anti-guerra, explorando a fundo os limites da loucura e
do poder, e mostrando ainda como é curta a distância e frágil a linha que
separa a racionalidade da irracionalidade dentro do ser humano.